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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bom inissio de cemana para voçe



Livros pra inguinorantes, por Carlos Eduardo Novaes

Jornal do Brasil
Carlos Eduardo Novaes

Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!
A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.
A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.
Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer?  Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar.   



domingo, 5 de junho de 2011

Filho



 
"Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.   Isto mesmo !    Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder ? Como ? Não é nosso, recordam-se ? Foi apenas um empréstimo. "

José Saramago

domingo, 22 de maio de 2011

Expressões curiosas na Língua Portuguesa






JURAR DE PÉS JUNTOS: 
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas
executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e 
os pés amarrados(juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje 
o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz. 


MOTORISTA BARBEIRO: 

Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente
os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam
 calos, etc., e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas.
 A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro,
pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação
 de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.. 



TIRAR O CAVALO DA CHUVA: 

Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento
em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos
da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só
 poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita
estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva".  Depois disso, a expressão
passou a significar a desistência de alguma coisa. 



À BEÇA: 

O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do
dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa,
 advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado
ao Estado do Amazonas. 



DAR COM OS BURROS N'ÁGUA: 

A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a
produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre
burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de
estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas,
 onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado
pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e
não consegue ter sucesso naquilo. 



GUARDAR A SETE CHAVES: 

No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias
e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras,
 sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto
eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor
místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí
começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem
guardado.. 



OK: 

A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo
que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante
a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a
tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande
satisfação, daí surgiu o termo "OK". 



ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS: 

Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se 
em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por 
entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava
sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou
sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada
pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível. 



PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA: 

A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente
das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como
forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego
a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se
lamentando e pensando na morte da bezerra.  Após alguns meses o garoto morreu. 



PARA INGLÊS VER: 

A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil
aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos
sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram  criadas
apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo. 



RASGAR SEDA: 

A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa,
surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. 
Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar
uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça
percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa". 



O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER: 

Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul
D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. 
Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a
enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava
era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar
no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como
o cego que não quis ver. 



ANDA À TOA: 

Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa
é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.


QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO: 
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se 
dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, 
traiçoeiramente, como fazem os gatos. 


DA PÁ VIRADA: 

A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra
baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem
vagabundo, irresponsável, parasita. 



NHENHENHÉM: 

Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os
indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam
a dizer "nhen-nhen-nhen". 



VAI TOMAR BANHO: 

Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene
dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário
dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças
transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou
à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos
de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes
nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em
roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta
de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam
fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho". 



ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM: 

Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato,
capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se
a seu superior, um oficial português... O capitão reivindicava a punição do soldado
que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês
que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância
superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil.
Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que
estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá
nos entendemos. 



A DAR COM O PAU : 

O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve
origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a
travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer"
que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e
angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão. 



ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA: 

Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C),
autor de célebres livros como "A arte de amar "e Metamorfoses", que foi exilado
sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura".
É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas
nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o
provérbio, portugueses e brasileiros.

Paciência





por Arnaldo Jabor.

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados, muita gente
iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em
dia. Por muito pouco a madame que parece uma lady solta palavrões e
berros que lembram as antigas trabalhadoras do cais. E o bem
comportado executivo? O cavalheiro se transforma numa besta selvagem
no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar. Os filhos atrapalham, os
idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é
demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma mala
sem alça. Aquela velha amiga uma alça sem mala, o emprego uma tortura,
a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o
passeio virou novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco
dele pela Internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da
fila dos banc os e balancei a cabeça, inconformado. Vi uma moça abrindo
um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler
o título, dizendo que era longo demais. Pobres de nós, meninos e
meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo  para as
pessoas e  para Deus. A paciência está em falta no mercado, e pelo
jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é ansioso demais aonde ele
quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a
falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Aonde você quer
chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai
agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo
vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você
AMA vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui? Respire...
Acalme-se... O mundo e stá apenas na sua primeira volta e, com certeza,
no final do dia vai completar o seu giro, com ou sem a sua
paciência... NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA
ESPIRITUAL... SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA...

Pense nisso, pois, iniciar é preciso, mas algo só termina quando
acaba. Boa Semana com Saúde e Equilíbrio.

sábado, 21 de maio de 2011

:: 30 Dicas para Escrever Bem um Texto ::

Este texto não é meu. Quando li,  achei tão inteligente que não resisti, copiei e bloguei.

30 dicas para escrever bem:
1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.
2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Corra dos lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??… então
9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: “Quem cita os outros não tem idéias próprias”.
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação corretamente principalmente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-Ias-ei!”
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!
25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor asepará-Ia nos seus diversos componentes de forma a torná-Ias compreensíveis, oque não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a lingua portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.
29. Outra barbaridade que tu deves evitar tchê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo!… nada de mandar esse trem… vixi… entendeu, bichinho?
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Afinidade




A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
E o mais independente.
Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro
retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto
no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.
É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo para o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.

Ter afinidade é muito raro.
Mas quando existe não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento,
irradia durante e permanece depois que
as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar
a um não afim, sai simples e claro diante
de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que impressionam comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavras.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento...

Afinidade é sentir com. Nem sentir contra,
nem sentir para, nem sentir por.
Quanta gente ama loucamente,
mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado,
não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar, ou, quando falar,
jamais explicar: apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quanto das impossibilidades vividas.

Afinidade é retomar a relação no ponto em que
parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser,
cada vez mais a expressão do outro sob a
forma ampliada do eu individual aprimorado.
Artur da Távola

terça-feira, 10 de maio de 2011

COMO TRATAR AS PESSOAS GROSSAS

Recebi de um amigo este texto delicioso.  Não sei se é vero, mas é hilario.

Para todos os que têm de tratar com clientes irritantes, ou com pessoas que se acham superiores aos outros, aprenda com a funcionária da GOL. Destrua um ignorante sendo original, como ela foi.

Uma funcionária da GOL, no aeroporto de Congonhas, São Paulo, deveria ganhar um prêmio por ter sido esperta, divertida e ter atingido seu objetivo, quando teve que lidar com um  passageiro que, provavelmente, merecia voar junto com a bagagem...

Um vôo lotado da GOL foi cancelado. Uma única funcionária atendia e tentava resolver o problema de uma longa fila de  passageiros. De repente, um passageiro irritado cortou toda a fila até o balcão, atirou o bilhete e disse:
- Eu tenho que estar neste vôo, e tem que ser na  primeira classe!

A funcionária respondeu:

- O senhor desculpe, terei todo o prazer em ajudar, mas tenho que atender estas pessoas primeiro, já que elas também estão aguardando pacientemente na fila. Quando chegar a sua vez, farei tudo para poder satisfazê-lo. O passageiro ficou irredutível e disse, bastante alto para que todos na fila ouvissem:
- Você faz alguma idéia de quem eu sou ?

Sem hesitar, a funcionária sorriu, pediu um instante e pegou no microfone anunciando: - Posso ter um minuto da atenção dos senhores, por favor? (a voz ecoou por todo o terminal). E continuou:

- Nós temos aqui no balcão um passageiro que não sabe quem é, deve estar perdido... Se alguém é responsável pelo mesmo, ou é parente, ou então puder ajudá-lo a descobrir a sua identidade, favor comparecer aqui no balcão da GOL. Obrigada.

Com as pessoas atrás dele gargalhando histericamente, o homem olhou furiosamente para a funcionária, rangeu os dentes e disse, gritando:
- Eu vou te foder!

Sem recuar, ela sorriu e disse:


- Desculpe, meu senhor, mas mesmo para isso, o senhor vai ter que esperar na fila; tem muita gente querendo o mesmo.

Uma Hist�ria Como Poucas.


Este lindo texto foi escrito por uma cunhada muito querida.

Uma Hist�ria Como Poucas.

Prof ª. Alzira Gonçalves da Silva

Ela era a caçula entre os sete irmãos homens. Com o pai, formavam um exército de oito brutos, que arrancavam a comida da terra pouca e alheia que todos cultivavam com as mãos e o suor, inclusive ela.

A ignorância era a marca registrada de toda a família, menos da mãe, que, embora também não tivesse estudo, sabia o quanto era importante ler e escrever para ser gente.

Mas o trabalho era muito... Acordar antes do sol e dos homens para ajudar a preparar a rala bóia. Com eles, ir para a pequena roça e, às 10 horas, comer a comida já fria e sem gosto. Voltar às quatro da tarde e lavar a casa, a roupa e a si própria. Ao término de tudo, se jogar na cama, literalmente morta de cansaço físico e espiritual.

Faltava-lhe algo, ela tinha certeza. Mas o quê? Ela não sabia palavras que pudessem expressar o que sentia. Era isso!... Palavras.

Quando comunicou sua decisão de ir para a escola pela primeira vez, aos 12 anos, o pai enfezou, os irmãos riram e a mãe chorou por todas aquelas reações. Ela, no entanto, não se sentiu ameaçada.

Juntou as roupas ralas no saco de papel da mercearia e partiu sem olhar para a casa envolvida pela escuridão da madrugada.

Depois de dormir na calçada de terra na frente da escola, viu quando a mulher que chamavam de diretora chegou. Foi falar com ela. Queria se matricular e se a diretora dissesse que podia, ia procurar o emprego que precisava naquela cidade poeirenta que o progresso esqueceu de procurar. A diretora se comoveu e escolheu aquela magricela sardenta, de olhos esbugalhados, como babá de sua criança recém-nascida.

Mas, ainda assim, as coisas não ficaram fáceis.

Ela era uma estranha em sala de aula. Porque era a mais velha e a mais alta da turma, foi relegada à última fileira, na carteira do canto escuro. Assustada como bicho acuado, não cativou a professora, que vira e mexe a chamava de caipira e desajeitada, nomes que, definitivamente, afastavam os possíveis amigos... que nunca teve. Dias difíceis, de muitas lágrimas engolidas a seco.

Mas ela, definitivamente, era forte. Uma gigante de pouco mais de um metro de altivez.

Foram muitos dias de bricadeira com a criança herdada e mais noites duras de estudo. Os anos perdidos pareciam irrecuperáveis. Pareciam ...

Este ano ela se forma professora, de Português. A criança de que cuidou saiu da cidadezinha no mês passado e foi para a capital atrás do seu sonho de ser médica. Seguiu o exemplo da tutora.

Não faz muito tempo, Maria, como tantas outras Marias-modelo, voltou à pequena propriedade onde a família ainda mora. A mãe já não existe, mas a vizinha diz que ela morreu feliz, no tanque, porque uma de suas crias seria gente.

O pai, que proibiu sua figura naquelas terras por anos, ofendido que estava pelo que ele considerou desacato, agora é só orgulho. Já comprou até camisa nova para a formatura. Os irmãos pedem ajuda para alfabetizar os tantos sobrinhos.

Agora é ela quem sorri.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

FANTÁSTICA CARTA AO BRADESCO





Esta carta foi enviada ao Banco Bradesco, porém devido à criatividade com que foi redigida, deveria ser direcionada a todas as instituições financeiras. Tenho que prestar reverência ao  brasileiro(a) que, apesar de ser altamente explorado(a), ainda consegue manter o bom humor.
Poderia ser dirigida a qualquer banco brasileiro. . .

CARTA ABERTA AO BRADESCO


Senhores  Diretores do Bradesco,

Gostaria de saber se os  senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina de sua rua, ou pela existência do  posto de gasolina ou da farmácia ou da feira, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia.

Funcionaria assim: todo mês os senhores, e  todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, feira, mecânico, costureira, farmácia etc).. Uma taxa que não garantiria  nenhum direito extraordinário ao pagante.

Existente  apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade.


Por qualquer produto adquirido (um pãozinho, um remédio, uns litros de combustível etc) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até um pouquinho acima. Que tal?

Pois, ontem saí de seu Banco com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade.

Minha certeza  deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte cena: eu vou à padaria para comprar um pãozinho.  O padeiro me atende muito gentilmente. Vende o pãozinho. Cobra o embrulhar do pão, assim como, todo e qualquer serviço..

Além disso,  me impõe taxas. Uma 'taxa de acesso ao pãozinho', outra  'taxa por guardar pão quentinho' e ainda uma 'taxa de abertura da padaria'. Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro.

Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo em seu Banco.

Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto de seu negócio. Os senhores me  cobraram preços de mercado.  Assim como o padeiro me cobra o preço de mercado pelo pãozinho.
Entretanto, diferentemente do padeiro, os  senhores não se satisfazem me cobrando apenas pelo produto que adquiri.

Para ter acesso ao produto de seu negócio, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de crédito'  - equivalente  àquela hipotética 'taxa de acesso ao pãozinho', que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar.

Não satisfeitos, para ter acesso ao pãozinho, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente em seu Banco.

Para que isso fosse possível, os senhores me cobraram uma 'taxa de abertura de conta'.

Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa 'taxa de abertura de conta' se assemelharia a uma 'taxa de abertura da padaria', pois, só é possível fazer negócios com o padeiro depois de abrir a  padaria.

Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como papagaios'. para liberar o 'papagaio', alguns Gerentes inescrupulosos cobravam um 'por fora', que era devidamente  embolsado.

Fiquei  com a impressão que o Banco resolveu se antecipar aos
gerentes inescrupulosos.

Agora ao invés de um 'por fora' temos muitos 'por dentro'.
-  Tirei um extrato de minha conta - um único extrato no mês - os senhores me cobraram uma taxa de R$ 5,00.
-  Olhando o extrato, descobri uma outra taxa de R$ 7,90 'para a manutenção da conta'  semelhante  àquela 'taxa pela existência da padaria na esquina da rua'.
-  A surpresa não acabou: descobri outra taxa de R$ 22,00 a cada trimestre -  uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros (preços) mais altos do mundo.
- Semelhante àquela 'taxa por guardar o pão quentinho'.
- Mas, os senhores são insaciáveis. A gentil funcionária que me atendeu, me entregou um caderninho onde sou informado que me cobrarão taxas por toda e qualquer movimentação que eu fizer.

Cordialmente, retribuindo tanta gentileza,  gostaria de alertar que os senhores esqueceram de me cobrar o ar que respirei enquanto  estive nas instalações de seu Banco.

Por favor, me  esclareçam uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma?
Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial e profissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que sua responsabilidade é  muito grande, que existem inúmeras exigências  governamentais, que os riscos do negócio são muito elevados etc e tal. E, ademais, tudo o que estão cobrando está  devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco Central.

Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem seu negócio  de todo e qualquer risco.

Presumo que os riscos de uma  padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados..

Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam garantidas em lei, voces concordam o quanto são abusivas.!?!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Como viver a vida, por Regina Brett - 90 anos

 Na realidade Regina Brett não tem 90 anos, nem esta perto de ter, esta na faixa dos 50 anos. É colunista do "The Pain Dealer" un jornal real de Cleveland, Ohaio.  O toque dos "90 anos" foi dado por alguém para que a história pudesse impressionar um pouco mais, mas não precisava. Uma pessoa mais jovem pode ter vivencia para escrever o lindo texto que se segue:

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, que assina uma coluna no The Plain Dealer, Cleveland, Ohio 


"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou.
É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."
Meu hodômetro passou dos 90 em agosto,  portanto  aqui vai a coluna mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno .
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.
9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic.  Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir  roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você..
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo..
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos  nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente. 


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pequeno Manual das Neuroses Manuais


Achei este texto na net que pertence a Elisa do blog: ela-fala-e-sai-andando e me identifiquei com o texto. Acho que sou eu!

Nem tudo são flores (de feltro) no mundo craft. Existe muita, muita tensão e chegou a hora de abrir a caixa preta (estilo vintage de MDF betumado). Vou mostrar o lado escuro do mundo da fofura, enumerando as 4 fases pelas quais passamos ao perceber que temos alguma habilidade manual. Momentos da mais pura psicologia de botequim. Ou melhor. De atelier.
(1) Fase da Onipotência: Nesta fase acreditamos que com uma boa tesoura e um rolo de 10m de fita de bolinhas dominaremos o mundo. Comprar presentes? Roupas? Bolsas? Pra quê? “Faço isso com um pé nas costas!” “Plataforma de Petróleo? Me dê uns pedaços de MDF, um pouco de cola e...” . Alerta vermelho: McGuiver já era, o dono do shopping tem uma família para sustentar e o capitalismo precisa de você! Seja razoável!
(2) Fase da Customização Obsessiva Compulsiva: Danou-se! Nada mais escapa do seu “toque pessoal”. Sapatos, móveis, latas de leite em pó... É só bater o olho num objeto meio sem graça e pronto: “ficaria legal com outra cor”, “ficaria bem melhor recoberto de tecido” “e se eu virar de cabeça para baixo, colar num cabide e...”. Fase crítica! Você só perceberá que precisa de ajuda quando já estiver na segunda demão de pátina provençal na careca do marido. Seja forte! E não faça capinha pro botijão de gás! (Jamais!)
(3) Fase do Apego: Você comprou os mais lindos papéis para scrapbook do universo e de tão apaixonada toma um tarja preta cada vez que pensa em usá-lo em um projeto. Nada nem ninguém é digno e merecedor do seu material favorito. “E se não encontrar mais para comprar?”, “E se pararem de fabricar?”, “ E se a indústria papeleira for extinta?”. Você tem pesadelos com ataques de gafanhotos comedores de papel e acorda suada. Gente: um dia eles vão crescer e nos deixar sozinhas. Papel de scrapbook a gente cria para o mundo.
(4) O ataque do Caboclo Tranca Atelier: A agulha quebrou. A linha embolou. A tinta empelotou. O caseado está troncho. A cola manchou. Você corta torto. Cola torto. Costura torto. Era para ser um cubo, mas virou uma pirâmide. May Day! May Day! É hora de desistir! Nem sempre perseverar vale a pena. Antes que atentar contra a própria vida com uma pistola de cola quente calibre 22, largue tudo como está! Vá pra rua, bata perna, dance hiphop, beba tequila. À noitinha, acenda uma vela (artesanal forradinha com frutas secas) pra Nossa Senhora da Tesourinha de Garça e outra (tipo gel com estrelinhas azuis) pro São Pompom e vá dormir o sono dos crafters. Amanhã será outro dia. (Tarja preta de novo, não!)

O texto é da Elisa do blog Ela fala e sai andando.


domingo, 26 de dezembro de 2010

Receita de ano novo


Receita de ano novo 
(Carlos Drummond de Andrade) 

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
 

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
 

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Com o meu carinho!

PREGUIÇA DE SOFRER

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VEJA QUE ESPETÁCULO DE FILOSOFIA DE VIDA.....


*Preguiça de sofrer* - Zuenir Ventura
Há 26 anos, elas cumprem uma alegre rotina: às sextas-feiras pela manhã sobem a serra e descem aos 
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             
domingos à tarde,quando não permanecem a semana toda lá, em sua casa de Itaipava, distante hora 
e meia do Rio.
São quatro irmãs de sobrenome Sette - Mily, a mais velha, de 86 anos;
Guilhermina (84), Maria Elisa (76) e Maria Helena (73) - mais a cunhada Ítala (87), a prima Icléa (90) e 

a amiga de mais de meio século, Jacy (78)
O astral e a energia da "Casa da sete velhinhas" são únicos.

Elas cuidam das plantas, visitam exposições, assistem a shows, lêem, jogam baralho, conversam, discutem 

política, vêem política, televisão, fazem tricô, crochê e sobretudo riem.


Só não falam e não deixam falar de doença e infelicidade.

Baixaria, nem pensar. Quando preciso tomar uma injeção de ânimo e
rejuvenescimento, subo até lá, como fiz no último sábado.

Já viajamos juntos algumas vezes, como a Tiradentes, por cujas
redondezas andamos de jipe, o que naquelas estradas de terra é quase como andar a cavalo. Tudo numa boa.

Elas têm uma sede adolescente de novidade e conhecimento.

Modéstia à parte, são conhecidas como "As meninas do Zuenir". Me dão a maior força.
Quando sabem que estou fazendo alguma palestra no Rio, tenho a garantia de que a sala não vai ficar vazia.
São meu público cativo e ocupam em geral a primeira fila.
Numa dessas ocasiões, com a casa cheia, elas chegaram atrasadas e
fizeram rir ao se anunciarem a sério na entrada:
"Nós somos as meninas do Zuenir".

Nos conhecemos nos anos 70, quando morávamos no mesmo prédio no Rio e Maria Elisa, que é química, 

passou a dar aulas particulares de matemática para meus filhos, ainda pequenos, de graça, pelo prazer de 
ensinar.
Depois nos mudamos, continuamos amigos e nossa referência passou a ser a casa de Itaipava, onde minha 
 
mulher e eu temos um cantinho, um pequeno apartamento na parte externa da casa, os "Alpes suíços".

No começo, o terreno não passava de um barranco de terra vermelha.Hoje é 

um jardim suspenso, com árvores e flores variadas que constituem uma atração 
para os pássaros.Dessa vez, não cheguei a tempo de ver a cerejeira florida, mas em
compensação assisti a uma exibição especial de um casal de papagaios.

O interior da casa é um brinco, não fossem elas meio artistas, meio
artesãs, todas muito prendadas, como se dizia antigamente. Helena e Jacy, 

por exemplo, tecem mantas e colchas de tricô e crochê que já mereceram 
exposições.

Mily desafia a idade preferindo as novas tecnologias e a modernidade,sem 

falar no vôlei, de que é torcedora apaixonada. Sabe tudo de computador e, com 
Jacy, freqüenta todos os cursos que pode: de francês a ética, de inglês a filosofia.

Na parede, Tom Jobim observa tudo. A foto é autografada para Elisa, de 

quem ele foi colega no Andrews. Aliás, nesse colégio da Zona Sul do Rio,
Guilhermina trabalhou 53 anos, como secretária e professora de Latim,
que ela ensinava pelo método direto, ou seja, falando com os alunos. Ficou 

muito feliz quando na praia ouviu, vindo de dentro do mar, o grito de alguém 
no meio das ondas, provavelmente um surfista: "Ave, magister!".

Amiga de personagens como o maestro Villa-Lobos, ela ajudou ou
acompanhou a carreira de dezenas de jovens que passaram por aquele 

tradicional colégio, cujo diretor uma vez lhe fez um rasgado elogio público, 
ressaltando o quanto ela era indispensável ao educandário. No dia seguinte, 
ela pediu as contas, com essa sábia alegação: "Eu quero sair enquanto 
estou no auge, não quando não souberem mais o que fazer comigo".

Foi para casa e teve um choque, achando que não ia suportar a
aposentadoria.

Durou pouco, porque logo arranjou o que fazer. É tradutora e gosta
muito de etimologia: adora estudar a vida das palavras desde suas origens, 

principalmente quando são gregas.

Ah, nas horas vagas faz bijuterias. Para explicar como se desvencilhou
do vazio de deixar um emprego de 53 anos e começar nova vida já velha, 

Guilhermina usou uma frase que se aplica a todas as outras seis
velhinhas e que eu gostaria de adotar também: "Tenho preguiça de sofrer".

Não são o máximo as meninas do Zuenir?






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